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CABE parabeniza a todos os policiais que, sobre duas rodas, garantem a segurança do Distrito Federal

Atualizado: 28 de jul.

Desde os primórdios da civilização, os cavalos foram fidedignos companheiros da humanidade em diversas tarefas, principalmente nos campos de batalha. Com o passar dos tempos, eles foram sendo substituídos pelas motos.


Na Primeira Guerra Mundial, as motocicletas emergiram como um meio ágil e eficaz, desempenhando papéis cruciais no transporte de feridos, médicos, suprimentos e na entrega de mensagens. Assim, esses “cavalos de aço” começaram a conquistar espaço nos combates.

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As motos da Harley Davidson foram adaptadas pelo exército dos EUA tornando-se uma fortíssima aliada dos norte-americanos nos campos de batalha. Foto: Harley Davidson


Atualmente, as motocicletas são uma ferramenta vital para as polícias, aplicadas em diversas atividades, como patrulhamento ostensivo, policiamento de choque, escolta de autoridades e combate à criminalidade em áreas urbanas e rurais. 


A agilidade das motos permite o acesso a locais de difícil alcance para veículos maiores, além de serem extremamente eficazes em abordagens e perseguições.


No próximo domingo (27) é celebrado o Dia Nacional do Motociclista, uma data que celebra a paixão pela vida sobre duas rodas. Há quem diga que os motociclistas não se tornam motociclistas; eles nascem com essa essência. Da mesma forma, aqueles que optam por ser policiais sentem esse chamado desde cedo, como se também nascessem para essa missão. E dessa forma, existem os policiais motociclistas.


Assim, essas duas paixões, a sensação de liberdade sobre duas rodas e a dedicação à segurança, se entrelaçam nas histórias de pessoas de diferentes gerações, cada uma contribuindo de sua maneira para a rica trajetória da Polícia Militar do Distrito Federal. É uma celebração da coragem, da aventura e do compromisso inabalável com o bem-estar da sociedade.


A história do Segundo Tenente Alberto, da Turma de 1969, se funde com o início da PMDF e a introdução das motocicletas na corporação.


Ele cresceu vendo o pai, apaixonado por motos. Na adolescência, durante as viagens do pai, Alberto aproveitava para pegar a motocicleta, uma Monark Jawa, e passear pelas ruas do Rio de Janeiro.


“Eu comecei a andar de moto lá no Rio de Janeiro, com 15 anos. Meu pai era da Aeronáutica e ele viajava, aí eu pegava a moto. Nossa garagem ficava na parte de baixo da casa. Eu abria a garagem, devagarinho, empurrava a moto até a rua, ligava a moto e ia passear".


Mas o menino pilotando a moto do pai não passou despercebido pelos policiais da cidade. "Aí a polícia começou a me perseguir, porque via que eu era menor, e eu fugia deles.”


Naquela época, o menino não imaginava que no futuro, os papéis se inverteriam, e seria ele o policial atrás de meninos pilotando motos, e muito menos, que isso ocorreria nas ruas de Brasília.


Alberto foi personagem de um livro, “Brasília adolescente”, escrito por um desses garotos, Marcelo Montreal. Meninos que foram pioneiros no motocross no Distrito Federal. "Eles criaram as primeiras pistas de motocross, o povo naquela época não sabia e nem entendia o que era aquilo, aí chamavam a polícia."


“Todos eles são meus amigos, Nelson Piquet, Roberto Pupo Moreno e o Marcelo. Mas você não imagina o que eles faziam naquela época, aprontavam e corriam da polícia. Eu não prendia eles, porque eu lembrava de mim, lá no Rio de Janeiro, poxa".


Em 1967, Alberto mudou-se para Brasília. Em 1968, ele fez a prova e a sua expertise como motorista profissional garantiu sua vaga.


Alberto guarda jornais do ano de 1963 que mostram o Primeiro Pelotão de Motos, criado no dia 23 de outubro daquele ano.

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“Esse primeiro pelotão foi criado na Guarda Especial de Brasília (GEB), com seis motos Harley Davidson, doadas pela embaixada dos Estados Unidos.”





O primeiro concurso para a criação do primeiro pelotão de motociclistas da PMDF foi em 1969. 


“Desde quando entrei na polícia pensei que precisava dar um jeito de entrar nesse pelotão.Que emoção quando abriram as provas para o pelotão de motociclistas! Foram 126 inscritos, mas o psicotécnico derrubou mais da metade. No final sobraram 12 e três foram desligados durante o curso. Eu já era do pelotão de trânsito, com o código nacional de trânsito na cabeça".

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Nessa época, a PMDF adquiriu 21 motocicletas. A cena da chegada delas ainda está presente na memória do policial.


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“Essas motos chegaram nas caixas, embaladas, todas zero quilômetros. Elas vieram de navio, aí fomos buscá-las no Rio de Janeiro de caminhão".


Foi em cima de uma moto que Alberto criou grandes memórias. Entre elas, as participações nos desfiles de 7 de Setembro, em que ele encantava o público com acrobacias em cima das motos.

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Essa foto foi tirada no dia 13 de maio DE 1976, dia do aniversário da PMDF.


Outros momentos marcantes foram as escoltas de autoridades pelas ruas da capital fede

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“Foram muitas escoltas, mas entre elas eu destaco a do Papa João Paulo II, da Princesa Alexandra, a honorável Lady Ogilvy, das Miss, Emerson Fittipaldi, na primeira vez que foi campeão e desfilou pela W3.”


Entretanto, apesar dessa paixão pelas motocicletas desde a tenra juventude, o amor por uma Mercedes não permitiu que ele comprasse uma moto.


"Minha mulher me disse que no dia que eu comprasse uma moto, ela se separava de mim. E lá se vão 50 anos de casamento".


Se uma mulher policial já causava espanto na década de 80, imagina uma mulher policial e motociclista. Foi essa a sensação que a Major Janeide teve no Desfile de 7 de Setembro, ao entrar na avenida de farda e sobre uma moto.

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"Quando eu saía para trabalhar nas ruas, era incrível, eu me sentia especial por tanta gente olhar para mim com admiração. Era interessante quando as pessoas me olhavam e viam que eu era uma mulher. Na época, eu trabalhava em uma CB 450, a moto utilizada pela polícia. Uma lembrança que tenho foi quando passei no Eixão com uma 750, indo para o setor policial, eu de moto fardada, todo mundo olhou para mim com surpresa e admiração, ninguém acreditava, eu mulher naquela moto que era um motão. Raramente se via uma 750 em Brasília".


Entre os momentos que ficaram marcados na memória da Major, estão os desfiles de 7 de setembro dos quais participou.


"Foi um momento muito especial, desfilar no 7 de Setembro de moto. Foram três vezes. Foi uma sensação incrível. As pessoas gritaram quando viram que era uma mulher pilotando. Foi muito emocionante".


Ela fez parte da primeira turma de mulheres motociclistas da antiga Companhia de Polícia Militar Feminina.


“O contato maior com as motos foi durante o curso de motociclistas da PMDF, que foi a primeira turma mista.”


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Janeide conta que o amor pelas motos surgiu na infância, desde muito cedo ela sonha com motocicletas.


“Eu, desde pequena, sonhava em pilotar moto. Quando as motocicletas chegaram ao Brasil, eu fiquei louca. Eu sonhava que estava pilotando uma moto".


Apesar dela ter aprendido a andar de moto antes de fazer o curso da PMDF, foi na corporação que ela teve a oportunidade de comprar a sua primeira moto, uma XL 250.


“Só que eu era muito ruim, então me escrevi no curso da corporação , para aprender, e me aprimorar na pilotagem. Na época, me senti realizada por meu sonho ter se concretizado".


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Hoje, Janeide não usa mais a farda, é uma policial militar da reserva, mas não parou de andar de moto. 


“Sou motociclista há anos, desde 1988, e ainda hoje continuo pilotando. Tenho vários amigos e amigas nesse meio.


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Eu só parei de pilotar quando perdi meu marido em um acidente de trânsito, ele estava de moto.


“Fiquei mais de oito anos sem andar de moto. Retornei devagar, para ir se integrando. E desde o ano passado, eu voltei a andar de moto direto, a viajar, passear com colegas".


A Major deixa uma mensagem de encorajemento para as mulheres que sonham em andar de moto.”Se você tem vontade, não deixe a vontade passar, vai lá, faz o curso e compra a sua moto. Corra atrás de seus sonhos".


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A Primeiro Sargento Shirley também traz o amor pelas motocicletas desde a tenra infância.


“Sempre gostei de moto, desde nova sentia uma admiração diferente por esse universo. Mas foi quando conheci o pelotão de motos que essa paixão ganhou força de verdade. Ali, eu percebi que era mais do que gostar de pilotar, era um estilo de vida, um propósito.”


Vamos para o ano de 2012, ela é a primeira mulher a fazer parte do Pelotão de Motos do Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv). Shirley define a experiência como um misto de orgulho e desafio. 

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“Por um lado, uma enorme satisfação em abrir caminho para outras mulheres, mostrar que é possível. Por outro lado, enfrentei olhares desconfiados, dúvidas e até resistência. Mas cada obstáculo só reforçava minha vontade de seguir. O lado positivo foi inspirar outras mulheres. O negativo foi lidar com o peso de ter que provar o tempo todo que eu era capaz".


Ao contrário de Janeide, que não encontrou resistência por parte dos homens, a sargento disse que o respeito veio com o tempo.


“Sim, houve. No início, muitos duvidavam, alguns achavam que eu não ia dar conta. Mas, com o tempo, o respeito veio, não só pelo que eu fazia, mas por como eu fazia. A competência quebra muitas barreiras.”


A policial também é motociclista fora da PMDF. Ela conta que gosta muito das motos, estilo naked e trail.


“Traz liberdade, foco e superação. Cada vez que eu piloto, sinto que estou no controle, que sou capaz de ir além. Me conectar comigo mesma e me dá uma sensação única de pertencimento.”

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A utilização das motocicletas na atividade policial e no combate à criminalidade pode ser considerada vantajosa pela agilidade nos deslocamentos, mobilidade, flexibilidade e também o apoio tático às viaturas. Desta forma, elas oferecem diversas vantagens sobre as viaturas convencionais no trabalho policial.


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Foto: Instagram GTAM

Eles se intitulam “cavaleiros de aço”, estou falando dos policiais militares que fazem parte do Grupo Tático em Ações Motociclísticas (GTAM), responsável pelas rondas ostensivas nas ruas do Distrito Federal.


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Da mesma forma que os demais personagens dessa história, o Subtenente Renato Campos é apaixonado pelo universo motociclístico desde muito cedo. Quando ele entrou na PMDF, chegou a trabalhar de moto no Núcleo Bandeirantes.


“Foi o gosto pelas motos que me fez ir trabalhar no GTAM, eu sempre andei e sempre andarei de moto.”


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A paixão pelas motocicletas ocupa um espaço relevante na vida profissional e na pessoal, além dos momentos de lazer e descanso. 


“Passei umas temporadas correndo de moto em Goiânia, no campeonato goiano de motovelocidade. Em 2020, consegui ganhar todas as corridas na categoria 300cc Rosso.


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Andar de moto traz tranquilidade para a vida desse policial, uma prática que fortalece a saúde mental e garante a excelência no serviço para a sociedade.


"Ser policial e motociclista é um privilégio, um presente divino".


A CABE agradece todo empenho desses policiais militares que trabalham de forma árdua para garantir a paz e a segurança da comunidade de todo o Distrito Federal.


A Comandante-Geral da PMDF, Coronel Ana Paula Barros Habka reconhece a importância desses heróis no combate contra a criminalidade.


"Eu gostaria de parabenizar os nossos motociclistas da PMDF! São pessoas dedicadas, o treinamento é exaustivo! Apesar do amor pela motocicleta e da paixão pela profissão, sabemos que para ser motociclista e policial militar é necessário um dedicação maior. Então, meus parabéns e meu reconhecimento a tudo isso".






 
 
 

1 comentário


Engenheiro Eduardo Ribeiro
25 de jul.

Gostei de ler a reportagem. Parabéns para CABE e a todos os policiais de duas rodas. Lembro mais especialmente do meu cunhado, Renato Campos... Que seja um bom domingo comemorativo a todos. Abraços fortes!

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